Saúde emocional no fim do ano: como lidar com a cobrança e as comparações

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O fim do ano costuma trazer um clima diferente no ar. São festas, reencontros, balanços do

que passou e expectativas sobre o que ainda virá. Mas, junto desse movimento, também

chegam cobranças, externas e internas. É quando começamos a comparar o que

planejamos com o que realmente aconteceu, a olhar a vida dos outros e achar que

poderíamos ter feito mais, ido além, rendido melhor.

Mas a saúde emocional não se constrói com pressão. Ela nasce justamente do contrário: da

gentileza, da presença e do respeito ao próprio tempo.

As comparações que viram peso

Em uma época cheia de posts sobre conquistas, viagens, metas atingidas e resumos do

ano, é fácil cair na armadilha de achar que a sua vida está “fora do padrão”. Mas é

importante lembrar: ninguém posta os dias difíceis, as pausas necessárias ou o que

aconteceu nos bastidores.

Comparar a sua história com a de outra pessoa é injusto, você não conhece o caminho que

ela percorreu, nem o ritmo que cada um precisou seguir. E mais: você não é obrigado a

viver no mesmo compasso que o mundo ao seu redor.

Saúde emocional é reconhecer que seu processo é único. Não existe atraso quando se está

caminhando de forma verdadeira.

A autocobrança silenciosa

No fim do ano, a lista interna parece crescer:

“Eu devia ter feito mais.”

“Não consegui cumprir o que prometi.”

“Todo mundo evoluiu, menos eu.”

Esses pensamentos são comuns, mas também são traiçoeiros. Eles fazem esquecer tudo o

que foi superado, aprendido e construído, mesmo que não tenha sido exatamente como

você imaginou.

A autocobrança em excesso desgasta a mente, afeta o sono, aumenta a tensão do corpo e

abre espaço para ansiedade e culpa. Ela não motiva. Ela paralisa. O que ajuda de verdade

é olhar com honestidade e gentileza: o que foi possível? Do que você se orgulha? O que fez

sentido? Que aprendizados ficaram?

Como cuidar da saúde emocional nesta época

Alguns ajustes simples podem transformar o fim do ano em um momento mais leve:• Respeite seu tempo

Nem tudo precisa ser resolvido antes do dia 31. Fechar ciclos não significa resolver cada

pendência, só escolher o que vale seguir e o que pode esperar.

• Desacelere o ritmo

Crie pausas pequenas ao longo do dia. Respirar, alongar, caminhar alguns minutos de

tranquilidade ajudam a reduzir a tensão acumulada.

• Limite comparações

Se perceber que as redes sociais estão causando angústia, faça uma pausa estratégica.

Às vezes, o silêncio é necessário para reorganizar o interno.

• Olhe para os pontos positivos e não apenas os negativos

Mesmo nos anos difíceis, algo sempre se transforma. Reconhecer isso fortalece o seu

emocional e te motiva mais.

• Fale sobre o que sente

Compartilhar pensamentos com alguém de confiança ou com um profissional ajuda a dar

nome às emoções e tirar peso delas.

A virada não precisa ser perfeita

A ideia de “encerrar o ano bem” pode virar mais uma pressão. Mas a verdade é que viver

bem não depende de uma data específica. Depende do seu ritmo, das suas escolhas, da

forma como você cuida de si entre uma fase e outra.

Você não precisa estar no seu melhor para merecer descanso.

Não precisa mostrar conquistas para provar valor.

E não precisa se comparar para medir sua evolução.

O fim do ano pode ser, simplesmente, um momento de respiro, um intervalo para agradecer

o que passou, aceitar o que não foi possível e preparar espaço para o que ainda virá.

Na Ampla, acreditamos que cuidar da saúde emocional é feito aos poucos, todos os dias,

com atenção e gentileza. Quando você se acolhe, o ano termina mais leve e o próximo

começa com equilíbrio.